Chile | Por Regis Gehlen Oliveira | O projeto chileno da vinícola Dagaz, que significa o início de um novo caminho, começou com um vinhedo próprio em Colchagua Costa, Pumanque, aproximadamente a 160km de Santiago e 40km do Oceano Pacífico, e em seguida abrangeu uvas adquiridas da região de Itata. É iniciativa do enólogo Marco Puyó, junto com seu sócio Patricio Gómez-Barris, encarregado da área comercial.
Marco Puyó trabalhou para várias vinícolas antes desse seu voo solo, entre elas a San Pedro, onde teve a oportunidade de participar na enologia dos conhecidos rótulos Altaïr, Cabo de Hornos e Sideral. Ele é um defensor de pouca intervenção no vinho, e do uso limitado de madeira para não mascarar o terroir.
Da produção da vinícola saem a linha Dagaz, toda proveniente de Colchagua, e o Itatino, como o nome diz, de Itata. Com Puyó tivemos a oportunidade de provar três dos seus exemplares. Identificamos em comum um bom frescor.

Itatino Cinsault Itata Chile 2020 – Oriundo de vinhedos de 60 a 70 anos de idade, da região fresca de Itata, sem passagem por madeira e guarda de 15 meses em ovos de concreto. Aroma leve de grafite, fresco e com leve herbáceo. Na boca apresenta-se seco, com corpo médio, tanino leve e final gostoso. Um vinho leve, delicado, muito consistente, diferente do que o paladar brasileiro está acostumado. Vale 93pts. Em torno de 160 reais nas lojas. Ganha também o selo de preço-qualidade.
Dagaz Granito Estate Carménère Colchagua Chile 2019 – Estágio de 15 meses em barricas usadas de carvalho francês. Aroma com bastante grafite, sem o vegetal de muitos Carménère, bem intenso. Boca intensa, aspereza positiva marcante, tanino presente, seco. Diferente da maioria dos Carménère. 91pts. Em torno de 190 reais.
Dagaz Tierras de Pumanque Colchagua Chile 2019 – Entre 18 a 21 meses em barricas novas, usadas e foudres. Mescla de uvas, leve grafite, barricas usadas, boca seca, taninos com maior intensidade, certa aspereza positiva como nos outros vinhos, meio característica da vinícola. Precisa de mais evolução em garrafa. 93pts. Em torno de 350 reais.
(Legenda da imagem: Foudre e ovos de concreto da vinícola Dagaz | Crédito: Vinho&Cia)